Da escrita de artigos à ajuda a doentes com AVC: aqui estão 6 atualizações de IA deste mês

1. Desenvolvedora do ChatGPT aproxima-se de avaliação de 30 mil milhões de dólares em negociações para levantar capital

A OpenAI, o laboratório de investigação em inteligência artificial por detrás do chatbot ChatGPT, está em negociações para vender ações existentes numa oferta pública que avaliaria a empresa em cerca de 29 mil milhões de dólares, informou o Wall Street Journal, citando pessoas familiarizadas com o assunto.

O chatbot da OpenAI é uma aplicação de software concebida para imitar conversas humanas com base em prompts do utilizador e pode responder a uma vasta gama de perguntas enquanto imita os estilos de fala humana.

A empresa espera um crescimento do negócio, uma vez que, na sua apresentação aos investidores, afirmou que a organização espera 200 milhões de dólares em receitas no próximo ano e mil milhões de dólares até 2024, noticiou a Reuters em dezembro. Entretanto, a Microsoft estaria de olho num investimento de 10 mil milhões de dólares na OpenAI, informou a Semafor esta semana.

2. A IA está a melhorar os resultados para os doentes com AVC

A IA levou a uma melhoria significativa na recuperação dos doentes com AVC, de acordo com o Departamento de Saúde e Assistência Social do Reino Unido. A tecnologia está a ajudar a reduzir o tempo entre o diagnóstico e o tratamento, além de avaliar as melhores opções de tratamento. Triplicou a percentagem de pessoas que recuperam e conseguem realizar atividades diárias de 16% para 48%.

O sistema Brainomix e-Stroke reduz quase para metade o tempo necessário para diagnosticar e iniciar o tratamento de um AVC. "Cada minuto poupado durante a avaliação hospitalar inicial de pessoas com sintomas semelhantes aos de um AVC pode aumentar drasticamente as hipóteses de um doente ter alta do hospital com boa saúde", afirma o Dr. Timothy Ferris, Diretor de Transformação do NHS England.

3. Estudante de Princeton cria aplicação para detetar textos gerados pelo ChatGPT

O lançamento do ChatGPT gerou grandes debates no meio académico, com muitos céticos a levantarem preocupações sobre o plágio e as fontes. No entanto, parte desta preocupação pode ser atenuada depois de um estudante de Princeton ter desenvolvido uma aplicação que pode detetar textos gerados pelo ChatGPT.

A aplicação, chamada GPTZero, visa ajudar a mitigar o problema do "aumento do plágio por IA", disse o criador da aplicação, Edward Tian, no Twitter. Numa publicação posterior, Tian afirmou que mais de 10.000 pessoas testaram uma versão inicial da aplicação.

4. Plataforma de IA generativa cria vídeos a partir de instruções de uma só palavra

Houve um grande burburinho em torno da IA capaz de gerar imagens e conteúdo escrito a partir de instruções simples. ChatGPT, DALL-E e MidJourney foram o assunto do final de 2022. Com um novo ano, chega uma nova plataforma, e esta permite a criação de vídeos curtos que podem ser usados no Instagram, Snapchat ou TikTok. De facto, o QuikVid pode gerar um vídeo com apenas uma única palavra para orientar o seu processo criativo, noticia o TechCrunch.

Ao pesquisar por QuikVid, é agora direcionado para uma lista de espera para aderir à plataforma. Os seus criadores citam "um enorme fluxo de tráfego" como a causa dos atrasos.

O criador do QuickVid, Daniel Habib, disse ao TechCrunch: "Ao fornecer aos criadores ferramentas para produzir conteúdo de qualidade de forma rápida e fácil, o QuickVid ajuda os criadores a aumentar a sua produção de conteúdo, reduzindo o risco de burnout."

5. A IA CICERO, da Meta, jogou com um campeão do mundo no jogo de estratégia Diplomacy – veja o que aconteceu

Sair vitorioso do jogo de estratégia Diplomacy exige uma combinação de "astúcia, inteligência, honestidade e traição no momento certo" – de acordo com o seu criador, Avalon Hill.

Os jogadores tentam controlar o máximo possível da Europa, fechando acordos e formando alianças com outros jogadores.

É um desafio intelectual para as mentes humanas mais aguçadas, e o jogo exige fortes capacidades de comunicação. Então, como se sairia a IA contra um tricampeão mundial?

Para testar isto, a Meta, de Mark Zuckerberg, desenvolveu a ferramenta de IA CICERO para jogar Diplomacy a um nível elevado. Num jogo que contou com a participação de CICERO e do campeão mundial de Diplomacia, Andrew Goff, a Vice News refere que CICERO aprendeu a não usar mentiras descaradas como estratégia – uma tática com a qual os melhores jogadores humanos concordam. Clique no vídeo acima para ouvir Goff falar sobre a sua experiência a jogar contra um competidor não humano.

6. Designers de moda em Hong Kong apresentam coleções influenciadas por nova assistente de IA

No desfile Fashion X AI, em Hong Kong, os participantes notaram uma certa qualidade "alienígena" nas novas roupas apresentadas na estreita passerelle do evento – e os designs, na verdade, não eram inteiramente humanos. O desfile colocou mais de 80 looks de 14 designers em evidência, todos criados com a ajuda do software de inteligência artificial AiDA, abreviatura de "AI-based Interactive Design Assistant" (Assistente de Design Interativo baseado em IA). O software foi desenvolvido por estudantes de doutoramento e académicos do AiDLab, sediado em Hong Kong.

Máscaras em azul monocromático, envergando trajes que iam desde casacos de penas a saias translúcidas, as modelos desfilaram entre fileiras de críticos e designers de moda.

A participante Cynthia Tse disse que se sentiu a testemunhar o futuro da moda. "Acho que a cobertura facial é definitivamente alienígena e emocionante", disse Tse.

De acordo com Calvin Wong, CEO do AiDLab, o software foi criado para servir de "ferramenta de apoio" aos designers. "O AiDLab é um assistente para os designers de moda, simplesmente para os ajudar a trabalhar em conjunto", disse Wong. "Os estilistas e a IA podem trabalhar em conjunto para criar a coleção final."